Pierre-Félix Guattari nasceu em 1930, em Villeneuve-les-Sablons, França. Ainda adolescente, envolveu-se com a militância trotskista e o Partido Comunista Francês. Entre 1948 e 1958, foi membro do Partido Comunista Internacionalista. Em 1951, após abandonar o curso de farmácia, ingressou na graduação em filosofia na Universidade de Paris–Sorbonne, onde teve como professores Maurice Merleau-Ponty e Jean-Paul Sartre. Durante esse período, entrou para a militância estudantil comunista e anticolonialista, contribuindo para a causa política e o financiamento da Frente de Libertação Nacional (FLN) argelina. Em 1953, abandonou o curso de filosofia e passou a frequentar os seminários de Jacques Lacan, que se tornou seu analista. No mesmo ano, começou a trabalhar na clínica La Borde, recém-fundada por Jean Oury, onde ocuparia o cargo de diretor administrativo a partir de 1957. Ao longo das décadas seguintes, participou de vários grupos de esquerda, alguns dos quais ajudou a fundar, como a Oposição de Esquerda, a Sociedade de Psicoterapia Institucional (SPI), a Federação dos Grupos de Estudos e Pesquisas Institucionais (FGERI), a revista Recherches, a rede Alternativa à Psiquiatria, o Centro de Iniciativas por Novos Espaços de Liberdade (CINEL), a Fundação Transcultural Internacional, a revista Chimères e o partido francês Geração Ecológica. Foi membro da Escola Freudiana de Paris (EFP) desde sua criação por Lacan em 1964 até a dissolução em 1980 e manteve uma prática clínica intermitente nas décadas seguintes. Em 1969, conheceu Gilles Deleuze, que viria a se tornar seu principal colaborador, com quem desenvolveria o campo da esquizoa- nálise, além de ser coautor de algumas de suas principais obras e coorganizador de uma série de palestras e seminários. Nas décadas de 1970 e 1980, colaborou com o movimento autonomista italiano, a luta antimanicomial na Alemanha, em especial junto ao Coletivo de Pacientes Socialistas (SPK), sobre o autor e a Organização pela Libertação da Palestina (OLP). Em 1982, viajou ao Brasil ao lado de Suely Rolnik, onde se encontrou com militantes envolvidos na criação do Partido dos Trabalhadores (PT). Continuou envolvido em projetos políticos e intelectuais até sua morte em 1992.