Salvador Allende
Salvador Guillermo Allende Gossens nasceu em 26 de junho de 1908, em Santiago, no Chile, em uma família de classe média alta. Devido ao trabalho do pai, que ao longo da infância e adolescência dos filhos ocupou diferentes cargos jurídicos na administração pública do país, Allende cursou o ensino básico em diversas localidades chilenas: Tacna (hoje no Peru), Iquique, Valdívia, Santiago e, finalmente, Valparaíso. Entre 1924 e 1926, alistou-se voluntariamente no Regimento Coraceros de Viña del Mar, pedindo transferência para concluir o serviço militar no Regimento Lanceros de Tacna, de onde saiu como oficial de reserva do exército chileno. Em 1926, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Chile, onde se formou médico cirurgião em 1932, com o trabalho Higiene mental e delinquência. Foi nessa época que deu início a sua militância política e aprofundou o interesse pelo marxismo: atuou como presidente do Centro de Estudantes de Medicina e da Federação de Estudantes do Chile, e dirigiu o grupo de esquerda Avance, participando das manifestações contra o governo ditatorial de Carlos Ibáñez – a ponto de ser suspenso da universidade, em 1931, por seu ativismo político. Entre 1932 e 1936, foi médico na Assistência Pública de Valparaíso e anatomopatologista em hospitais da cidade de Puerto Montt e em paralelo, entre 1935 e 1936, também desempenhou os cargos de relator oficial do Congresso Médico de Viña del Mar e presidente da Conferência Médica Panamericana.
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Fundou, em 1933, o Partido Socialista do Chile (PSL). Nas décadas de 1930 e 1940, ocupou cargos públicos e no partido, entre eles de Ministro da Saúde (1939-1942) no governo de Pedro Aguirre Cerda, e realizou a primeira aliança entre seu partido e o Partido Comunista do Chile (PCC). Em 1939 publicou La realidad médico-social chilena, que ganhou o Prêmio Van Buren em 1940. No ano seguinte, viajou ao Peru, onde se reuniu com militantes da Aliança Popular Revolucionária Americana (Apra). Ao longo de sua carreira política, viajou à União Soviética e a outros países do bloco socialista. Visitou Cuba em 1959, onde firmou amizade com Fidel Castro e estabeleceu diálogo com Che Guevara. Após a morte do guerrilheiro, viajou à Bolívia para acompanhar e proteger os sobreviventes do grupo. Foi eleito senador em 1945 e reeleito em todas as eleições parlamentárias seguintes, até sua eleição à presidência da República em 1970. Como presidente do Senado, cargo que ocupou entre 1966 e 1969, criou a Unidade Popular (UP), coalizão política que reuniu toda a esquerda e setores do centro chileno. Disputou as eleições presidenciais três vezes – em 1952, 1958 e 1964 – antes de eleger-se, sempre apoiado por coalizões de esquerda. Foi eleito presidente em 1970, com uma margem apertada em relação ao segundo colocado, tornando-se o primeiro presidente marxista do Ocidente a ser eleito democraticamente. Em 11 de setembro de 1973 sofreu um golpe civil-militar. Em discurso pela rádio da Central Única de Trabalhadores (CUT), fez um apelo às forças democráticas da sociedade chilena e combateu as tropas que cercavam e bombardearam o Palacio de La Moneda, onde foi encontrado morto.
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