Se muitos dos textos do primeiro volume de Antropologia estrutural são verdadeiros programas para o método estruturalista, os do segundo, publicado quinze anos depois, se dedicam a pensar os alcances do método já consolidado, a responder a críticas, a afastar mal-entendidos, além de dialogar com um público menos especializado.
O volume inclui uma reflexão sobre a formação do pensamento antropológico, destacando o lugar proeminente do filósofo Jean-Jacques Rousseau, como fundador das ciências sociais. O autor aborda temas clássicos da antropologia como “organização social” e “mitologia e ritual”, refletindo sobre a relação entre modelos analíticos e realidade empírica. Destacam-se, ainda, os textos em que Lévi-Strauss rebate críticas, entre eles o que se dedica a esclarecer as diferenças entre o método de análise estrutural e o formalismo, próprio dos estudos literários de Vladimir Propp.
Antropologia estrutural dois traz também o célebre texto “Raça e história”, proferido na UNESCO em 1952 e um manifesto antirracista e em defesa da diversidade sociocultural, que questiona a pretensão ocidental à supremacia cultural, ancorada na ideologia do progresso e em atos massivos de destruição.
Sumário do livro:
Perspectivas
O campo da antropologia
Jean-Jacques Rousseau, fundador das ciências do homem
O que a etnologia deve a Durkheim
A obra do Bureau of American Ethnology e suas lições
Religiões comparadas dos povos sem escrita
Organização social
Sentido e uso da noção de modelo
Reflexões sobre o átomo de parentesco
Mitologia e ritual
A estrutura e a forma
A gesta de Asdiwal
Quatro mitos winnebago
O sexo dos astros
Os cogumelos na cultura
Relações de simetria entre ritos e mitos de povos vizinhos
Como morrem os mitos
Humanismo e humanidades
Respostas a enquetes
Critérios científicos nas disciplinas
sociais e humanas
As descontinuidades culturais e o
desenvolvimento econômico e social
Raça e história